sexta-feira, 31 de julho de 2020

Reflexões, nestes tempos de pandemia, no aniversário do escritor Germano Almeida

Vivemos tempos quase que inacreditáveis.

Parece que fomos inserid@s, sem aviso prévio, sem consentimento, numa espécie de ficção sem fim. Mas não. É real:

Pandemia.

Morte de mais de 90 mil pessoas no Brasil, um país que vem sendo vorazmente sacrificado por aqueles que praticam uma política que violenta a terra e a maior parte das pessoas que aqui vive ou sobrevive.

Muito triste.

E no meio dessa tristeza, algumas lembranças, assim como a literatura, conseguem, como a água para as plantas do deserto, vivificar esperanças. Talvez um dia, quem sabe, o sonho de todas e de todos que lutaram por um mundo melhor seja transformado em realidade. Mas, para isto, é preciso que a história da Maria, da Emília, do Ernerto, do João, da Severina, da Margarida, do Afonso, da Sofia, do José, do Joaquim, da Carolina não se perca num silêncio nada inocente, alimentado por uma elite que não se condói com o sofrimento alheio. 

Porém, nesta sexta-feira, 31 de julho, veio, de Cabo Verde, uma notícia que me alegrou: hoje é dia do aniversário do escritor Germano Almeida, ganhador do Prêmio Camões, em 2018. Ele está completando 75 anos. Viva Germano Almeida! Viva Cabo Verde!

Já faz tempo, tive o prazer de orientar uma Dissertação de Mestrado, de Augusta Évora Tavares Teixeira, também escritora, que tratava da obra de Germano Almeida.

Precisamos, sim, ler escritoras e escritores de Cabo Verde. Hoje, inclusive, Augusta Évora está participando do lançamento de um livro de contos de Mário Loff, em Tarrafal.

 Chego perto da janela do meu quarto, olho para o céu. De repente, ouço o som que vem possivelmente de uma tv e penso: parte considerável da mídia, no Brasil, não fala de muito do que é importante para nós, brasileiras e brasileiros, inclusive, o que fala dos demais países da América Latina, por exemplo, é pouco. De Cabo Verde, de Angola, de Moçambique e do restante da África de língua portuguesa, menos ainda. É quase inacreditável, mas é realidade. Porém, não estamos condenados a não nos conhecermos nem a nossas irmãs e nossos irmãos. Como diz a canção de Ivan Lins e Vitor Martins: depende de nós:


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