terça-feira, 31 de janeiro de 2017

FILOLOGIA E HUMANISMO

                                                                                                                                                           [1]


                                             



Diante da onda assustadoramente conservadora e reacionária que invadiu, mas que já estava presente, embora de forma quase que silenciosa – faz tempo - em nosso país e em outras partes do mundo, como Estados Unidos, França, Argentina etc, além de, no caso do Brasil, ao ataque à figura do professor, à democracia e à liberdade de expressão, por meio do projeto da chamada Escola sem Partido; como também ao ataque ao pensamento crítico e ao acesso a um ensino de qualidade nas escolas e nas universidades por meio da reforma do ensino médio, realizada através de Medida Provisória, ou seja, sem discussão alguma, por imposição; pelo golpe que violentou o voto de mais de 50 milhões de brasileiros; pela PEC que congela, por 20 longos anos, os investimentos em infraestrutura, inclusive, em saúde e em educação (vejam vocês os ataques à UERJ); pela ameaça propagada pela possível reforma da previdência e das leis trabalhistas é comum nos perguntarmos sobre o papel do intelectual, das escolas e das universidades, na construção de um pensamento crítico que nos ajude a separar o joio do trigo na guerra diária de difusão de desinformação por parte de parte considerável da mídia empresarial, além de nos ajudar na construção de um mundo mais justo em que os seres humanos não sejam mais lobos de seres humanos nem do planeta Terra.
 Somam-se ao conjunto de ataques já citados, a profusão de guerras que além de matar milhares de pessoas, também obriga milhões de seres humanos a abandonar suas casas na tentativa de se refugiarem em outros países, tentativa essa que os coloca, na maior parte das vezes, em situação de fragilidade, de  pobreza e de ameaça à própria vida.  Juntam-se às guerras, o consumismo exacerbado que também ameaça a liberdade e a vida; além de o culto ao capital financeiro; a profusão dos agronegócios, de agrotóxicos e da predadora pregação do estado mínimo que, sempre nefasta, num país como o Brasil, que ainda não superou séculos de escravidão, de exclusão, de oligarquia, de meritocracia, de racismo, de machismo, de homofobia, é, na prática, embora escamoteada,  a defesa de uma política genocida.
Diante desses horrores, nos perguntamos se uma disciplina como a Filologia pode contribuir e, se pode, como pode contribuir para a formação de um mundo democrático, humanitário, rumo a uma sociedade verdadeiramente igualitária, solidária e por que não dizer socialista?
Bem, quando pensamos na formação deste novo e, hoje, timidamente nascente mundo, nos lembramos - quase que automaticamente -  de uma palavra deveras esquecida ou, no mínimo, relegada, na atualidade, a um segundo plano: esta palavra é humanismo.   
Por humanismo, entendemos, aqui, conforme Edward Said, na tradução do Prefácio da edição de 2003, presente na quarta reimpressão da nova edição de Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente, publicada em 2007, em língua portuguesa, pela Companhia das Letras.
São palavras de Said (2007, p. 19), traduzidas por Rosaura Eichenberg:
  
[...] Por humanismo entendo, antes de mais nada, a tentativa de dissolver aquilo que Blake chamou de grilhões forjados pela mente, de modo a ter condições de utilizar histórica e racionalmente o próprio intelecto para chegar a uma compreensão reflexiva e a um desvendamento genuíno.
       Isso significa  que cada campo individual está ligado a todos os outros, e que nada que acontece em nosso mundo se dá  isoladamente e isento de influências externas. [...]

                 Neste mesmo Prefácio, Said faz um grande elogio à Filologia, a despeito daqueles que ainda hoje teimam em silenciá-la, no meio acadêmico e mesmo fora dele, e que fazem, ainda que, em muitos casos, sem o saberem e sem má intenção – lembremos ou não do ditado popular - o jogo do autoritarismo.
                Para Said (2007, p. 22):

    Em vez de alienação e hostilidade para com uma época e uma cultura distintas, a filologia, tal como aplicada à literatura universal, pressupunha um profundo espírito humanista empregado com generosidade e, se me permitem o termo, com hospitalidade.  Assim, a mente do intérprete abre ativamente espaço para o Outro não familiar, e essa abertura criativa de um espaço para obras que, no mais, são estrangeiras e distantes é a faceta mais importante da missão filológica do intérprete.

Ainda segundo Said (2007, p. 22):

Obviamente, tudo isso foi minado e destruído pelo nazismo. Depois da guerra, registra Auerbach melancolicamente, a estandardização das ideias e a especialização cada vez maior do conhecimento foram gradualmente estreitando as oportunidades para o tipo de trabalho filológico indagador e perenemente investigativo que ele representava; por desgraça, é ainda mais deprimente constatar que, desde a morte de Auerbach, em 1957, tanto a ideia como a prática da pesquisa humanista se retraíram em amplitude e em centralidade. A cultura do livro baseada em pesquisas de arquivo bem como os princípios gerais da vida intelectual que um dia formaram as bases do humanismo como disciplina histórica praticamente desapareceram. [...]

     E Said continua, entre outros assuntos, a discorrer sobre causas e consequências do apagamento dos estudos filológicos e da própria ideia de humanismo neles contida.
   Hoje é lamentável que o próprio nome de Auerbach não seja comumente relacionado, na maioria dos meios universitários brasileiros, à Filologia, a ponto de chegarem a citar e a falar sobre a obra do autor de Mimeses sem se reportarem, ao menos uma vez, aos estudos filológicos.
  A Filologia passou a ser tratada como uma espécie de tabu. Uma palavra,  uma disciplina que, em muitos casos, não deve ser mencionada e, mais grave ainda, que deve ser propositalmente apagada, invisibilizada, enterrada. Contudo, a partir dos finais dos anos 80 e inícios dos anos 90 do século XX, no Brasil e em Portugal, para falarmos apenas de dois dos países em que a língua predominante é a portuguesa, a Filologia vem, embora lentamente, sendo revalorizada seja pela necessidade de constituição de corpora para estudos de variação linguística, seja pela premência de realizações de  edições críticas de obras de autores como, por exemplo, Fernando Pessoa e Eça de Queirós. É também dessa época, mais precisamente do ano de 1995, a publicação de um importante e sintomático texto da lavra de Ivo Castro, cujo título é “O Retorno à Filologia”, um marco e um manifesto, podemos assim considerá-lo, dessa revalorização. 
Não estamos com isto dizendo que antes do início dos anos 80 do século XX,  não houvesse esforço, no Brasil, de revalorização e mesmo a realização de trabalhos nesta área. Só para citar alguns desses esforços, destacamos dois dentre vários deles: o de institucionalização da Filologia Portuguesa, mais tarde chamada Filologia, depois, Crítica Textual e, hoje, Crítica Textual/Ecdótica I, como disciplina autônoma e obrigatória em todos os cursos de graduação em Letras da Universidade Federal Fluminense, em 1978, por meio da incansável atuação de Maximiano de Carvalho e Silva e o da criação do curso de Mestrado em Letras, na Universidade Federal da Bahia, em 1976, cuja área de concentração menor em Filologia Românica esteve durante muitos anos sob a responsabilidade de Nilton Vasco da Gama. Lembramos ainda que um dos maiores nomes da Filologia em língua portuguesa foi o de uma mulher, cujo nome é Carolina Michaelis de Vasconcelos. Mas quando falamos em Filologia, devemos explicar sobre qual Filologia estamos falando, pois tal palavra é polissêmica e seu uso corresponde a um grande leque de estudos, pesquisas e atividades, como muito bem preveniu Maximiano de Carvalho e Silva, em Crítica Textual –conceito-objeto-finalidade.
  Estamos falando de Filologia, conforme a definição presente em Introdução à Crítica Textual, de César Nardelli Cambraia (2005, p.18), professor da Universidade Federal de Minas Gerais, a UFMG, que diz:

[...] emprega-se aqui o termo filologia para designar o estudo global de um texto, ou seja, a exploração exaustiva e conjunta dos mais variados aspectos de um texto: linguístico, literário, crítico-textual, sócio-histórico, etc. [2]

               Contudo, para nós, tal definição não se distancia muito da que considera Filologia como Crítica Textual, porém da Crítica Textual entendida em sentido amplo, ou seja: como o estudo da transmissão de textos e a restituição desses textos a uma representação da última ou, conforme as necessidades de pesquisa ou do público, de uma das redações autorais, não nos esquecendo de textos que formam a tradição direta e indireta da obra que estamos trabalhando ou vamos trabalhar. Além disso, estuda a materialidade desses textos, as etapas do processo de sua construção e de sua gênese e os aproxima, por meio de interpretações e de comentários, aos leitores ao longo do tempo.
          Encarar a materialidade dos textos como objeto de investigação é deveras importante para os estudos de literatura e, recentemente, tal materialidade foi tema de um curso dado, após a programação de palestras e simpósios da ABRALIC, em setembro de 2016, por um dos mais prestigiosos historiadores da cultura, na atualidade: Roger Chartier.
          Segundo Rosa Borges e Arivaldo Sacramento de Souza, ambos professores da UFBA, no capítulo Filologia e Edição de Textos da obra Edição de Textos e Crítica Filológica (2012, p. 54):

É precisamente “contra a abstração dos textos”, perspectiva adotada por quase todas as abordagens de crítica literária do séc. XX e do começo deste, que se vê a relevância da crítica textual. Nela, não se faz a oposição binária entre texto físico/material versus texto abstrato; afinal, como aponta Chartier, quando um “mesmo texto” muda de suporte, não há apenas uma simples transposição de uma massa textual, e sim a recriação de outras coordenadas histórico-culturais que implicam outros sentidos. […]  

                Mas por que a abstração dos textos se tornou hegemônica “em quase todas as abordagens de crítica literária do século XX e do começo deste”?
              Em relação ao meio universitário brasileiro, a nosso ver, muito contribuiu, para esse estado de coisas, a forte difusão e posterior hegemonia, durante anos, do Estruturalismo e de correntes estruturalistas, que muito criticavam o estudo do contexto das obras e praticamente nada falavam do processo de sua transmissão, embora, em países como a Itália, por exemplo, de grande tradição filológica, a difusão do Estruturalismo parece não ter enfraquecido tais estudos. Ao contrário, parece ter aberto tais estudos a novas perspectivas e a novas indagações, conforme podemos depreender da leitura de Tradição e Invenção: a Semiótica Literária Italiana, de Sonia Salomão (1993). Todavia, a difusão dos estudos da Filologia Italiana, no Brasil, quando eles chegavam ou chegam até aqui, raramente se dava ou dá com o nome de estudos filológicos ou Filologia ou Crítica textual. Além disso, a entrada do Estruturalismo, nas universidades brasileiras, dar-se-á num momento extremamente conturbado e ainda não suficientemente estudado da história de nosso país, que foi o da ditadura civil-empresarial-militar que durou 21 anos e que teve início no ano de 1964 e têm, infelizmente, vários pontos de contato com o momento político que estamos vivendo hoje, no Brasil, tempos de golpe e de ataques à classe trabalhadora e aos direitos duramente conquistados por aqueles e aquelas que vieram antes de nós.[3]
            A Filologia nos aproxima de épocas e de obras que foram escritas em tempos que não necessariamente são e serão de um passado extremamente distante, mas que também poderão estar separados de nós por muitos e muitos séculos.
             Por meio dela, da Filologia, podemos procurar provocar o estranhamento proposto, no Teatro, por Bertold Brecht, pois divulgamos e estudamos obras a partir de um mergulho na sua transmissão, nos textos que as formam, no estudo possível de sua gênese a partir de um olhar que interroga os textos a partir de sua historicidade, sem nos esquecermos de pesquisarmos também sua possível recepção. Por exemplo, a primeira vez que o conto “O Alienista” foi publicado foi em um periódico intitulado A Estação, Jornal Ilustrado para a Família. Esse jornal era formado por dois cadernos. Um com moldes, informações sobre moda etc e outro que era destinado à literatura e a textos informativos sobre medicina por exemplo. Nesse segundo caderno, foi publicado, “O Alienista”, que inclusive, tem um final diferente do que é difundido hoje, pois quando quando foi reunido na publicação de 1882, a de coletânea de contos intitulada Papéis Avulsos, teve uma significativa passagem do final suprimida pelo autor.
           O estranhamento provocado pela leitura de um jornal do passado, assim como o da presença de um conto como “O Alienista” num jornal como A Estação,  pode nos ajudar a pensar, a questionar, por exemplo, a forma e o conteúdo dos jornais da atualidade, pois fica evidente que os jornais sofreram mudanças, com o passar do tempo e que havia e há condições subjetivas e materiais para que sua apresentação, sua forma e seu conteúdo fossem e sejam alterados. Nesse sentido, o estudo e a prática da Filologia pode também incorporar as críticas que autores como Walter Benjamin fizeram ao que chamaram de historicismo. Podemos, sim, incorporar como fundamental, para nós, intelectuais que nascemos e/ou vivemos num país que sofreu e que sofre por ter passado por processos extremamente autoritários como os de colonização e de escravidão e que ainda sofre pela manutenção dos privilégios das oligarquias servis ao capital financeiro internacional, como pela constante exploração da classe trabalhadora, pelo ataque à saúde e à educação públicas e pela nova tentativa de manter o Brasil, no cenário internacional, como uma colônia de exploração, uma leitura crítica de textos como Sobre o conceito de história.
           Uma das críticas que Benjamin faz ao que ele chama de historicismo é que o historicismo seria um legitimador, um propagador, um mantenedor da dominação daqueles e daquelas que são os vencidos, os oprimidos ao longo do tempo.
        É muito conhecida a passagem da referida obra de Benjamin (2012, p. 245), traduzida para o português que diz:

                           […] Nunca houve um documento da cultura que não fosse simultaneamente um documento da barbárie. E assim como o próprio  bem cultural não é isento de barbárie, tampouco o é o processo de transmissão em que foi passado adiante. Por isso, o materialista histórico se desvia desse processo, na medida do possível. Ele considera sua tarefa escovar a história a contrapelo.
 
          Porém, nos parece que estudar e colocar a nu tais processos, além de propor leituras críticas sobre eles é também contribuir para que possamos  ter condições de deslocá-los de suas posições de hegemonia e de dominação, além de lançarmos nossos olhares para processos que foram esquecidos e derrotados pelos donos do poder, como diz indiretamente a passagem acima citada.
         Outra passagem de extrema importância, para nós, intelectuais que não desejamos,  assim como acontece em várias cenas de um filme chamado Matrix, nos transformar, mesmo que contra a nossa vontade, em agentes do poder constituído, é a seguinte (2012, p. 244):

Articular historicamente o passado não significa conhecê-lo “tal como ele de fato foi”. Significa apropriar-se de uma recordação, como ele relampeja no momento de um perigo. Para o materialismo histórico, trata-se de fixar uma imagem do passado da maneira como ela se apresenta inesperadamente ao sujeito histórico, momento do perigo. O perigo ameaça, tanto a existência da tradição como os que a recebem. Ele é um e o mesmo para ambos: entregar-se às classes dominantes, como seu instrumento. Em cada época, é preciso tentar arrancar a tradição ao conformismo, que quer apoderar-se dela. Pois o Messias não vem apenas como redentor; ele vem também como vencedor do Anticristo. O dom de despertar no passado as centelhas da esperança é privilégio  exclusivo  do historiador convencido de que tampouco os mortos estarão em segurança se o inimigo vencer. E esse inimigo não tem cessado de vencer.  
             
             Estou convencida do que disse Benjamin.
         E a Filologia que trabalha em constante colaboração com a Hermenêutica e sua proposta de leituras e de comentários de textos de um passado recente ou distante pode nos ajudar a “arrancar a tradição ao conformismo”, conforme disse Benjamin, e a caminhar na propagação do humanismo conforme ainda fala Said em sua obra.  
          Basta termos coragem de nos posicionarmos a favor da classe trabalhadora e de, com nossas pesquisas, nossos estudos e nossas práticas, darmos voz ao potencial revolucionário e transformador que foi e é constantemente soterrado, mas que, como um relâmpago, conforme imagem de Benjamin, nos apresenta no presente, como possibilidade de justiça, de mudança, de redenção e de construção de um mundo onde todas e todos possam viver com dignidade.  

        
      Referências Bibliográficas:

       ASSIS, Joaquim Maria Machado de. O Alienista. In: A Estação. 
       Jornal Illustrato Para a Familia. Rio de Janeiro. 15  out 1881 –
       15  mar de 1882.

       ------.  O Alienista. In: ---. Papéis Avulsos. Rio de Janeiro: 
       Lombaerts & C., 1882.

       BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. In: ---. Magia e 
       Técnica, Arte e Política. Ensaios sobre Literatura História da Cultu-
        ra. Obras Escolhidas I. Tradução. Sérgio Paulo Rouanet. 8 ed. Re-
        vista. São Paulo: Brasiliense, 2012, p. 241-252.  

       BORGES, Rosa/ SOUZA, Arivaldo Sacramento de. Filologia 
       e Edição de Textos. In: BORGES, Rosa/SOUZA, Arivaldo 
       Sacramento de/MATOS, Eduardo Silva Dantas de/ALMEIDA,
        Isabela Santos de. Edição de Texto e Crítica Filológica.Salvador: 
        Quarteto, 2012, p. 15-59. 

       
        CASTRO, Ivo. O Retorno à Filologia. In:
        http://www.clul.ul.pt/files/ivo_castro/1995_Retorno__Filologia.pdf
        Acesso: 31/01/2017.

       FERREIRA, Ceila Maria. Considerações sobre Estruturalismo e
       Filologia. In: Revista Idioma. Rio de Janeiro. no. 26, ,  p. 92-103.
        1º. Sem. 2014.

       SAID, Edward W. Prefácio da Edição de 2003. In: ---. Orientalismo. 
       O Oriente como invenção do Ocidente. Tradução Rosaura 
       Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 11-26.

       SALOMÃO, Sonia. Tradição e Invenção. A Semiótica Literária
       Italiana. São  Paulo: Ática, 1999.

       SILVA, Maximiano de Carvalho e. Crítica Textual
        – Conceito – Objeto –Finalidade. 
       In: http://maximianocsilva.pro.br/doc7.htm 
       Acesso em 31/01/2017.  







[1] Texto originalmente apresentado em uma roda de conversa, nos pilotis do Bloco B do Instituto de Letras da UFF, como atividade de apoio ao OcupaLetras. O que agora é publicado apresenta algumas modificações em relação ao texto original.
[2] A grafia de tal citação foi aqui atualizada por nós.
[3] Sobre Filologia e Estruturalismo, tecemos algumas reflexões em artigo publicado no número 6 da Revista Idioma, intitulado: Considerações sobre Estruturalismo e Filologia.

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